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Até o dia 01 de março estão abertas as inscrições e a submissão de resumos para o 10th Tick and Tick-Borne Pathogen Conference. O evento irá ocorrer de 24 a 28 de agosto de 2020, em Murighiol, Delta do Danúbio, na Romênia. O evento está disponibilizando 05 bolsas de estudo para apoiar a participação de jovens pesquisadores na Conferência. Para saber o que a bolsa cobre, verificar se você é elegível e se inscrever, acesse: www.zooparaz.net/ttp10/studentgrants.html
 

Pesquisadores e pesquisadoras podem inscrever seus resumos em temas como taxonomia e evolução, genética e genômica, ecologia e epidemiologia, diagnóstico e tratamento, imunidade e vacinas, infecção e patogênese, entre outras áreas.

O 10th Tick and Tick-Borne Pathogen Conference possui colaboração com várias revistas de prestígio na área, e os participantes do evento terão a chance de enviar seus trabalhos, com desconto na taxa de processamento de artigos, para edições especiais dos seguintes periódicos:

Vaccines (Fator de imapcto 4.760) - Edição especial "Arthropod Ectoparasites and Associated Diseases" (20% desconto)

Biomolecules (Fator de impacto 4.694) -Edição especial "Ectoparasite Biogenic Components in the Modulation of Vector-host-pathogen Interactions" (10% desconto)

Frontiers in Public Health (Fator de impacto  2.031) - Edição especial  “No frontiers for tick-borne diseases” (15% desconto)

 

O Comitê Organizador irá sortear 05 livros "Ticks of Europe e North Africa: A Guide to Species Identification" entre os 50 primeiros participantes que pagarem a taxa de inscrição.

Para se informar sobre a programação do evento e fazer sua inscrição acesse o site: http://www.zooparaz.net/ttp10

 
III Seminário de Avaliação dos INCT's
 
O III Seminário de Avaliação dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia reuniu 105 INCT's em Brasília, de 19 a 21 de novembro, para avaliação de resultados. O INCT de Entomologia Molecular (INCT-EM) esteve presente no evento apresentando suas conquistas e perspectivas na pesquisa com a biologia básca de insetos no País. 
 
A avaliação dos projetos é de responsabilidade do CNPq e do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). No evento, os INCT's foram divididos em 11 áreas temáticas e o INCT-EM participou da de sessão de agronegócio.
 
Criado para promover no Brasil a pesquisa científica de qualidade em entomologia e usar esse conhecimento em educação e divulgação científica, o INCT-EM integra 39 laboratórios brasileiros, envolvendo mais de 90 pesquisadores. "Destes, 23 são pesquisadores novos que se somaram ao grupo na 2a edição do edital dos INCT's " - ressaltou Pedro Lagerblad, coordenador do INCT-EM.
 
Na sabatina dos INCT's, Lagerblad apresentou o INCT de Entomologia Molecular em números - artigos científicos publicados, número de patentes, formação de mestres, doutores e pós-docs, índices bibliométricos - demonstrando o impacto do Instituto na formação de recursos humanos e contribuição para a pesquisa científica de entomologia em âmbito nacional e internacional.
 
Nas ações de educação & divulgação científica, o coordenador do INCT-EM citou, entre outras atividades, a organização do"Arthromint",  evento sobre artrópodes e helmintos que possuiu uma metodologia de apresentação de trabalhos científicos que favorece a interação entre estudantes e pesquisadores. 
 
Destaque também foi dado  para o curso de Biologia de Artrópodes  de Vetores (CBAV), que está em sua 9a edição, e inspirou a criação de um mestrado profissional  no Instituto Oswaldo Cruz  intitulado "Pós-Graduação em Vigilância e Controle de Vetores". 
 
A participação de pesquisadores do INCT-EM em colaborações internacionais para controle de arboviroses e soluções de endemias globais de zika, dengue e  Chikungunya, como o "Word Mosquito Program"  também foram apresentadas como grandes contribuições da rede de pesquisa de Entomologia Molecular. 
 

Imagem do embrião do Rhodnius prolixusImagem do embrião do Rhodnius prolixusOs insetos representam uma vasta gama da biodiversidade do nosso planeta, com papéis que variam desde a polinização das plantas, essencial para nossos ecossistemas, até grandes prejuízos econômicos, agindo como pragas agrícolas ou vetores de doenças. Um dos processos mais desconhecidos da vida dos insetos é o desenvolvimento do embrião, que ocorre dentro de ovos, revestidos por estruturas muitas vezes coloridas e impermeáveis que constituem a casca do ovo, o córion.

Poucos estudos conseguiram visualizar como o embrião se desenvolve no interior destes ovos, particularmente daqueles insetos não-modelo, isto é, não comumente estudados no mundo. Na última semana, dois artigos envolvendo o grupo do Professor Rodrigo Nunes da Fonseca (Cientista do Nosso Estado-FAPERJ) do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade-NUPEM-UFRJ-Macaé foram capazes de avançar na compreensão do controle molecular e celular do desenvolvimento embrionário de diversos insetos, incluindo uma praga de estocagem, o besouro Tribolium castaneum, e um vetor da doença de Chagas, o barbeiro Rhodnius prolixus.

No primeiro artigo, publicado na respeitada revista eLIFE, a partir da colaboração de autores de universidades de todo mundo, foi identificada uma via de sinalização, isto é um conjunto de proteínas que são essenciais para mudar a forma de células do embrião de besouros e de outros insetos, como grilos e percevejos. Ao filmar embriões cuja atividade desta via de sinalização estava diminuída, o grupo observou que suas células não mudavam de forma e que os embriões não se desenvolviam (Figura 1). Logo, o papel desta via de sinalização na mudança de forma das células parece ser conservado por pelo menos 300 milhões de anos de evolução dos insetos e mecanismos similares podem operar no desenvolvimento embrionário de vertebrados, como nós, humanos.

Figura1: (A-H) Imagens de vídeos de embriões de insetos controle ou wildtype ou cuja expressão da via de sinalização de Fog foi diminuída (Tc-cta KD). (J-M´)  É possível observar diferenças na forma e na migração das células a partir da diminuição da expressão de membros da via de Fog levando a morte dos embriões. Adaptado a partir da figura presente em eLIFE - https://elifesciences.org/articles/47346Figura1: (A-H) Imagens de vídeos de embriões de insetos controle ou wildtype ou cuja expressão da via de sinalização de Fog foi diminuída (Tc-cta KD). (J-M´) É possível observar diferenças na forma e na migração das células a partir da diminuição da expressão de membros da via de Fog levando a morte dos embriões. Adaptado a partir da figura presente em eLIFE - https://elifesciences.org/articles/47346

Introduzindo um novo modelo para estudos de embriogênese em insetos, o barbeiro vetor da doença de Chagas Rhodnius prolixus, os pesquisadores do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade, NUPEM-UFRJ Macaé, em parceria com pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ e da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) foram capazes de identificar novas moléculas peculiares e essenciais para o desenvolvimento deste inseto. Este segundo artigo, publicado na revista Frontiers in Ecology and Evolution, teve como primeira autora do estudo, a egressa do Programa de Produtos Bioativos e Biociências (PPG-PRODBIO da UFRJ-Macaé) Vitória Tobias-Santos, atualmente realizando seu doutorado no Institut de Génomique Fonctionnelle de Lyon, França. A partir de método pioneiro no mundo de visualização do local da expressão de RNAs em embriões do vetor da doença de Chagas (Figura 2), o grupo identificou um gene com características bastante interessantes, um gene poli-cistrônico. Normalmente, em organismos complexos como os animais, um RNA-mensageiro é mono-cistrônico, isto é, codifica uma única proteína contendo centenas de aminoácidos. O gene milli-pattes, identificado no presente estudo é poli-cistrônico, ou seja, ao invés de codificar uma única proteína, codifica pelo menos quatro peptídeos pequenos, alguns com apenas uma dezena de aminoácidos. Pelo menos um destes peptídeos é específico e apareceu na evolução de hemípteras (cigarras, percevejos, pulgões e cochonilhas), conforme demonstrado por Diego Guerra-Almeida, co-autor do estudo e também egresso do mesmo Programa de Pós-Graduação de Macaé.

Figura 2: (A-N) Expressão (RNA-mensageiro) do gene mlpt em embriões do babeiro Rhodnius prolixus.  Adaptado a partir da figura presente em Frontiers in Ecology and Evolution, - https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fevo.2019.00379/fullFigura 2: (A-N) Expressão (RNA-mensageiro) do gene mlpt em embriões do babeiro Rhodnius prolixus. Adaptado a partir da figura presente em Frontiers in Ecology and Evolution, - https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fevo.2019.00379/full

Estudos de diminuição da expressão de mlpt levaram a morte da maior parte dos embriões e os poucos indivíduos que conseguiram se desenvolver, demonstraram um número alterado de pares de pernas,às vezes duas, às vezes quatro, ao contrário do padrão normal de três pares de pernas (Figura 3). Ainda assim, mesmo estes indivíduos que sobrevivem com múltiplas pernas, em francês milli-pattes, não conseguem fazer muda após sua alimentação com sangue e morrem. Como este gene mlpt é requerido em diferentes momentos da vida do barbeiro e um possível mecanismo de ação deste fator é descrito pelo artigo, mlpt pode ser considerado um novo alvo para o controle de insetos vetores.   

Figura 3: (A-B) Imagens de ninfas de primeiro estágio de Rhodnius prolixus. (A) Ninfa normal com três pares de pernas. (B) Ninfas que tiveram a expressão de mlpt diminuída morreram logo após conseguirem sair da casca do ovo. Destacado a fusão das pernas e mudanças nas estruturas das mesmas. L1-L3 – Pernas 1 a 3. Ts -tarso, Tb- tíbia, C- garra. Adaptado a partir da figura presente em Frontiers in Ecology and Evolution - https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fevo.2019.00379/fullFigura 3: (A-B) Imagens de ninfas de primeiro estágio de Rhodnius prolixus. (A) Ninfa normal com três pares de pernas. (B) Ninfas que tiveram a expressão de mlpt diminuída morreram logo após conseguirem sair da casca do ovo. Destacado a fusão das pernas e mudanças nas estruturas das mesmas. L1-L3 – Pernas 1 a 3. Ts -tarso, Tb- tíbia, C- garra. Adaptado a partir da figura presente em Frontiers in Ecology and Evolution - https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fevo.2019.00379/full

Assim, estes dois trabalhos demonstram o potencial do investimento continuado, realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro - FAPERJ (FAPERJ) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) a partir do Instituto Nacional em Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular no processo de desenvolvimento de ciência no Interior do Estado do Rio de Janeiro. Estes trabalhos extremamente importantes atestam o potencial de geração de conhecimento e inovação dos alunos e professores de pós-graduações localizadas no Interior do Estado do Rio de Janeiro, que por terem sido criadas nos últimos dez anos ainda não possuem a excelência dos grandes centros e têm sido penalizadas e ameaçadas com os recentes cortes de bolsas de mestrado e doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior para Cursos de Pós-Graduação conceito 3 e 4 , embora já possuam convênios e interações internacionais com diversas instituições de pesquisa de outros países.

(Texto publicado originalmente no site do NUPEM: https://www.macae.ufrj.br/nupem/index.php/novidades-slideshow/1121-desvendando-os-segredos-dos-embrioes-de-insetos-vetores-e-pragas)

O Instituto Nacional em Entomologia Molecular (INCT-EM) acaba de lançar seu canal no Youtube com uma roda de conversa virtual, que reuniu três pesquisadores especialistas em entomologia molecular para falar sobre os benefícios e riscos do uso de mosquitos transgênicos no combate à doenças como a dengue, chikungunya e zika vírus. O vídeo pode ser acessado no site: https://www.youtube.com/watch?v=d6rRDM0WMfQ

Participam do programa as pesquisadoras Helena Araújo, professora e pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Denise Valle, do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus da Fiocruz, e Pedro Lagerblad, coordenador do INCT em Entomologia Molecular, professor do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro - os três integrantes do INCT em Entomologia Molecular, que reúne dezenas de grupos de pesquisa que estudam biologia básica de insetos em todo o Brasil.

O objetivo do vídeo é promover uma aproximação entre cientistas, alunos da graduação e pessoas interessadas no tema da pesquisa científica sobre mosquitos. Outro objetivo é divulgar a produção científica e contribuir com produção audiovisual de qualidade sobre mosquitos transgênicos, um tema muito buscado no Youtube, e com larga oferta de vídeos que disseminam informações falsas e teorias da conspiração.

Durante a roda de conversa, os pesquisadores abordam um pouco do que vem sendo pesquisado sobre mosquitos transgênicos nas universidades brasileiras e os riscos e benefícios dessa técnica como forma de controle do mosquito e de combate a doenças como dengue, chikungunya e zika. Os participantes também comentam o debate recente, na academia, a respeito do polêmico artigo publicado pelo pesquisador Jeffrey Powell na revista Scientific Reports, da Nature, que foi repudiado por pesquisadoras e pesquisadores brasileiros que co-assinam o trabalho.

 

Fotos: NUPEMFotos: NUPEMCom o objetivo de integrar diferentes grupos de pesquisa e do serviço que trabalham na área de vetores e oferecer base teórica e prática em diversos temas da área - como taxonomia, biologia, fisiologia e bioquímica de artrópodes vetores, incluindo sistemática e filogenética, interação patógeno-vetor, vigilância e controle - o IX Curso de Biologia de Artrópodes Vetores (CBAV) chegou ao fim. Durante cerca de duas semanas (o curso aconteceu entre os dias 02 e 13 de setembro), os alunos aprofundaram seus conhecimentos teóricos sobre o assunto, tendo a oportunidade de realizar visitas a campo, pesquisar nos laboratórios do NUPEM/UFRJ e compartilhar suas experiências e saberes, em um contexto participativo, de forma a gerar aproximação entre os pesquisadores.

Além da integração e do compartilhamento de conhecimento e infraestrutura entre os pesquisadores da área - especialmente neste momento de crise político-econômica quando os recursos são escassos e a diminuição do investimento em ciência é marcante – outro aspecto marcou o IX CBAV: a diversidade. Alunos e professores de universidades distintas, provenientes de diversas áreas de atuação e formação, integraram e fortaleceram o corpo docente e discente do curso.  

Professores de diferentes instituições – como o Biology Centre CAS - República Checa, a University of Queensland UQ – Austrália, da Secretaria Municipal do Espírito Santo, do Centro de Zoonoses de Foz do Iguaçu, da empresa Kasznar Leonardos , bem como Institutos e Universidades do país (Instituto Oswaldo Cruz – IOC, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, da Universidade Estadual de São Paulo – UNESP-Botucatu, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, ILMD – Fiocruz Amazônia, Universidade Federal do Espírito Santo - UFES e Universidade Federal do Rio de Janeiro –UFRJ) compuseram o time de especialistas que ministraram o curso. 

Fotos: NUPEMFotos: NUPEM

Já o corpo discente, por sua vez, contou com alunos de graduação e pós-graduação provenientes também de diversas instituições, além de servidores públicos municipais e estaduais que desempenham suas atividades em secretarias de saúde do país (composição do corpo discente: 4 alunos da UNIR -  Rondônia; 1 aluno da UFF e 1 aluno da UENF; 5 alunos do IOC - Rio de Janeiro; 1 aluno da USC – Santa Catarina; 2 alunos da UFTM de Uberaba; 3 alunos da UFRRJ -  do Rio de Janeiro;  1 aluno do IOC VCV – de Vassouras-RJ; 1 aluno da Fiocruz de Minas – Belo Horizonte;  2 alunos da UFMG – Belo Horizonte;  1 aluno da UEPA – Pará;  1 aluno do IOC – Mato Grosso e 1 aluno da IPVDF -  Rio Grande do Sul). 

A diversidade foi, então, elemento que em muito engrandeceu e contribuiu para o sucesso do IX CBAV, integrando diferentes profissionais e linhas de pesquisa, discutindo estratégias de desenvolvimento de pesquisa para a área e contribuindo para o avanço da ciência e desenvolvimento tecnológico. 

O NUPEM/UFRJ se sente honrado em receber o CBAV, mais  mais uma vez! Ano que vem tem mais, acompanhe as novidades pelo site do CBAV: http://cbav-inct-em.blogspot.com/

Texto: Assessoria de comunicação do NUPEM - http://www.macae.ufrj.br/nupem/index.php/novidades/1110-ix-turma-do-curso-de-biologia-de-artropodes-vetores-se-despede-do-nupem-ufrj

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