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Itabajara da Silva Vaz Jr., professsor Titular da UFRGS e pesquisador integrante do Comitê Gestor do INCT em Entomologia Molecular (INCT-EM), foi agraciado com o  prêmio "O Futuro da Terra".  A premiação reconhece iniciativas e pesquisas que contribuem para a valorização de práticas que estimulam o desenvolvimento do agronegócio no Estado do Rio Grande do Sul. A promoção do prêmio é realizada pelo Jornal do Comércio, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs).

Em sua 24ª edição, o prêmio "O Futuro da Terra" destaca cientistas, pesquisadores, agricultores e instituições que mais tem contribuído para o desenvolvimento do agronegócio e a preservação ambiental, através de práticas inovadoras e sustentáveis. A seleção dos premiados foi feita através do Comitê das Ciências Agrárias e de agentes do agronegócio da FAPERGS. 

 

 

Itabajara da Silva Vaz Jr. foi agraciado com o Prêmio "O Futuro da Terra" na Categoria "Inovação e Tecnologias Rurais". O pesquisador tem experiência na área de Imunologia Parasitária, com ênfase na caracterização, através de análises moleculares e funcionais, de proteínas de carrapatos e desenvolvimento de vacina contra o carrapato bovino. Dedica-se principalmente à Identificação e caracterização de proteínas de carrapatos que tenham potencial como imunógenos vacinais.

Tradicionalmente, os agraciados têm seus trabalhos destacados em um concorrido evento que acontece todos os anos no auditório da Farsul, na Expointer. Este ano, em função da pandemia da Covid-19, a solenidade de premiação será realizada de forma on-line,  no dia 30 de setembro, com horário a ser informado. Veja abaixo a lista completa com os agraciados com o Prémio "O Futuro da Terra", em 2020.

 

Prêmio"O Futuro da Terra"/ 2020

 

Categoria Especial

Egon Klamt - UFRGS

 

Categoria Inovação e Tecnologias Rurais

Itabajara da Silva Vaz Jr. - UFRGS

Márcia Rogrigues Capellari - IMED HUB - Cluster do AgroTech

Marcos Botton - Embrapa Uva e Vinho

 

Categoria Cadeias produtivas e Alternativas Agrícolas

Aroni Sattler - UFRGS

Moacir Cardoso Elias - UFPel

 

Categoria Preservação Ambiental

Luis Antonio Ávila - UFPel

Nelson Antônio Baldasso - Emater/Ascar

 

Categoria Startup do Agronegócio.

Silo Verde do empreendedor - Manolo Machado

Aegro do empreendedor - Pedro Martins Dusso

 

 

O Dia Mundial do Mosquito é comemorado anualmente em 20 de agosto. Mas você pode estar se perguntando por que temos um Dia Mundial do Mosquito, quando esses animais são responsáveis ​​pela transmissão de inúmeras doenças… Bem, é disso que se trata este dia: conscientização! Para que mais pessoas estejam seguras e protegidas. A data também é importante para reconhecer que todos os animais, sem excessão (incluisive os insetos) desempenham um papel importante no círculo da vida, sejam eles inofensivos ou não.

20 de agosto marca uma importante descoberta do médico britânico Ronald Ross, que foi o primeiro a perceber que o parasita causador da malária, o Plasmodium spp, poderia ser transmitido de um humano para outro por meio da picada de fêmeas de mosquitos. O médico teve esse insight quando descobriu o parasita da malária no trato gastrointestinal de um mosquito, em 1897. 

 

Em homenagem a essa grande descoberta, que marcou e lançou as bases para  métodos eficientes de combate à doença, Ronald Ross recebeu o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 1902. Esta descoberta foi fundamental para os cientistas entenderem melhor o papel destes insetos na transmissão de diversas doenças causadas por parasitas, - como dengue, malária, zika, chikungunya, febre amarela, entre outras -, e que acometem milhares de pessoas no mundo todo, podendo levar, inclusive, à morte. 

O Dia Mundial do Mosquito, celebrado em 20 de agosto, tem o objetivo de conscientizar a população sobre doenças causadas por mosquitos e educar sobre hábitos para evitar a reprodução dos mosquitos em suas casas. E o INCT em Entomologia Molecular, rede de pesquisa que tem entre os seus objetivos principais ampliar o conhecimento entomológico fundamental, com ênfase no estudo de vetores de doenças e desenvolvimento de novas metodologias para a vigilância e o controle de vetores, colabora para a divulgação da data, que marca a prevenção às doenças transmitidas por mosquitos no mundo todo.

 

Saiba mais sobre o Dia Mundial do Mosquito:

 

https://en.wikipedia.org/wiki/World_Mosquito_Day

 
 

 

 

 

Anderson Sá Nunes (USP), Carlo José Freire Oliveira (UFTM) e  José Marcos Ribeiro (NIH/EUA).Anderson Sá Nunes (USP), Carlo José Freire Oliveira (UFTM) e José Marcos Ribeiro (NIH/EUA).

 

Uma parceria entre professores da Universidade de São Paulo - USP, Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM e National Institutes of Health - NIH dos Estados Unidos deu origem a um ensaio publicado na Trends in Parasitology, periódico do grupo Cell, que está entre os mais citados na área de parasitologia. Os professores são pesquisadores associados ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular (INCT-EM).

O artigo publicado no dia 22 de maio de 2020 propõe que as respostas imunes exageradas associadas a mastócitos e basófilos, duas importantes células do sistema imune, são, na verdade, o resultado das pressões seletivas exercidas por ectoparasitas, como carrapatos, mosquitos e barbeiros, em seus hospedeiros vertebrados, caso de animais domésticos e silvestres e o próprio ser humano. De acordo com a publicação, essa interação, ao longo de milhões de anos, também deve ter exercido pressões recíprocas nos ectoparasitas, selecionando moléculas presentes em sua saliva que contra-atacam especificamente as respostas de mastócitos e basófilos.
 
 

 

“A exuberância fenotípica presente na interação entre artrópodes hematófagos e hospedeiros vertebrados representam um paralelo muito próximo ao que acontece entre beija-flores e as espécies cujas flores são polinizadas por essas aves. A forma do bico dos beija-flores é adaptada para alcançar o nectário de determinadas flores, que por sua vez possuem um formato que permite apenas que essas aves os atinjam. As constantes adaptações recíprocas resultantes dessas interações foram denominadas “corrida armamentista” em alusão à dinâmica ocorrida durante uma guerra, em que uma ação por parte de um dos lados resulta em uma reação por parte do outro lado, que por sua vez resulta em uma contrarreação e, assim por diante”, acrescentou o pesquisador do National Institutes of Health - NIH, José Marcos Ribeiro

 

Para o professor e pesquisador da USP, Anderson Sá Nunes, a exuberância fenotípica que caracteriza a coadaptação entre ectoparasitas e os hospedeiros são evidenciadas tanto em nível anatômico e celular quanto em nível molecular e gênico. Essas evidências podem ser testadas em modelos experimentais que comprovariam seu papel hierárquico na resposta imune contra ectoparasitas, exatamente o que acontece naturalmente nas infestações tanto em hospedeiros susceptíveis como em hospedeiros resistentes as infestações.

 

 

De acordo com o pesquisador e professor da UFTM, Carlo José Freire de Oliveira, as informações disponíveis no trabalho são importantes porque permitem compreender como diferentes hospedeiros respondem à infestação por ectoparasitas, além disso, os dados do artigo jogam luz a um desafio de muitos profissionais de saúde e imunoparasitologistas, a descoberta de métodos de intervenção contra esses artrópodes e contra os patógenos que são por eles transmitidos.

 

Mais informações, acesse o link da publicaçãohttps://doi.org/10.1016/j.pt.2020.05.003

 

Fonte: site da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFMT), texto publicado em 28 de maio de 2020.

 

Estudantes e pesquisadores têm até o dia 20 de outubro para submeter trabalhos no  2º Encontro Virtual 2020 do Arthromint Grupo Arthromint. Para a inscrição de trabalhos nas mesas aleatórias, cada estudante ou pós-doc deverá preparar uma breve apresentação no Power Point (5-6 slides) com uma breve introdução ao seu projeto, bem como o conjunto de resultados/conclusões a ser discutido. As mesas aleatórias serão realizadas por videoconferências criadas e coordenadas por 1-2 pesquisadores via plataformas como  Google Meets, Webconf, Zoom, etc. Baixe aqui as instruções para submissão dos trabalhos.

A 2ª edição do Encontro Virtual 2020 irá ocorrer nos dias 11 e 12 de novembro. A programação do evento online é composta por duas palestras, duas sessões de mesas aleatórias de apresentações de trabalhos e 14 mesas temáticas apresentadas por docentes e pesquisadores experientes. As inscrições são gratuitas* e estarão abertas de 1 a 20 de outubro de 2020, através do link: https://www.grupoarthromint.net/

 

Os palestrantes confirmados no evento são o Dr. Guilherme Marcondes Klafke, do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor, Eldorado do Sul/RS que irá falar sobre a resistência a pesticidas em carrapatos e o Dr. Michalis Kotsyfakis, do Biology Centre CAS, Institute of Parasitology, Laboratory of Genomics and Proteomics of Disease Vectors, České Budějovice/ República Tcheca que irá minisrtar a palestra intitulada "Host homeostasis regulators of tick origin". As palestras serão transmitidas no canal do Arthromint do Youtube (https://www.youtube.com/channel/UCFgFzwI2VDCjwzFO_Et3t5g).

 Além de assistir as duas palestras programadas para a manhã do primeiro dia (11/11), os inscritos no 2o  Encontro Virtual terão a oportunidade de participar de duas sessões de mesas aleatéorias nas tardes dos dois dias do evento. Nesta segunda edição, será possível ainda escolher uma das treze mesas temáticas para participar na manhã do segundo dia (12/11).  

 

Mesas-Temáticas: 

 

ARTRÓPODES VETORES DE INTERESSE VETERINÁRIO: ONDE ESTAMOS E PARA ONDE PODEMOS IR / Melissa Florêncio e Patricia Fampa Negreiros Lima - UFRRJ

BIOLOGIA DOS OVOS DE INSETOS: MUITO MAIS FASCINANTES DO QUE PARECEM / Gustavo Lazzaro RezendeUENF

COMPORTAMENTO EM INSETOS VETORES / Luciana Ordunha AraripeFIOCRUZ

DESENVOLVIMENTO DE VACINAS / Itabajara da Silva Vaz JuniorUFRGS

 DIGESTÃO EM INSETOS / Adriana Rios LopesInstituto Butantan e Fernando Ariel GentaIOC

 EPIGENÉTICA EM PARASITAS HELMINTOS E SEUS HOSPEDEIROS: O QUE, COMO E PARA QUE? / Fernanda Janku CabralUNICAMP

 INTERAÇÃO DE TRIPANOSSOMATÍDEOS COM ARTRÓPODES / Angela Hampshire de Carvalho Santos LopesUFRJ

 MINIATURIZAÇÃO DOS ORGANISMOS MODELO: NEMATOIDES COMO EXEMPLO / Carlos Eduardo WinterUSP

 MONITORAMENTO DE COMPORTAMENTO COMPLEXO DE VETORES COM O SOFTWARE ETHOFLOW EM AMBIENTES HOMOGÊNEOS E HETEROGÊNEOS BASEADO EM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL /  Gustavo Ferreira MartinsUFV e Rodrigo BernardesUFV

 O SISTEMA IMUNE DE INSETOS NA INTERAÇÃO COM OS PATÓGENOS / Cecilia Stahl VieiraIOC e Daniele Pereira de CastroIOC

 O USO DA ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL EM ARTRÓPODES HEMATÓFAGOS / Simone Michaela SimonsInstituto Butantan

 RESISTÊNCIA A INSETICIDAS / Ademir de Jesus Martins JuniorIOC

 RESISTÊNCIA ANTI-HELMÍNTICA EM ANIMAIS DE CRIAÇÃO / Josiana Gomes de AndradeUENF

 

As mesas temáticas serão organizadas por docentes e pesquisadores experientes que coordenarão uma discussão em um assunto específico. Assim como as mesas aleatórias, as mesas temáticas serão realizadas por videoconferências criadas e coordenadas por um pesquisador via plataformas como Google Meets, Zoom, Webconf, etc.

 

 

É importante ressaltar que as mesas temáticas têm limitação de participantes, então ao fazer sua inscrição escolha a que você mais tem interesse em participar!

Inscreva-se gratuitamente *: https://www.grupoarthromint.net

 

Programação: 

 

11 de novembro (quarta-feira)

09:30  Abertura - Grupo de Trabalho do 2o Encontro Virtual 2020 

10:00 -11:00 h  - 1ª palestra -  Dr. Guilherme Marcondes Klafke (Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor, Eldorado do Sul, RS, Brasil)

                              Título: "Resistência a pesticidas em carrapatos"

11:00-12:00h  2ª Palestra - Dr. Michalis Kotsyfakis (Biology Centre CAS, Institute of Parasitology, Laboratory of Genomics and Proteomics of Disease Vectors, České Budějovice, República Tcheca) 

                       Título: "Host homeostasis regulators of tick origin"

14:00-17:00h Mesas aleatórias (sessão 1)

 

12 de novembro (quinta-feira)

09:30 - 12:30h Mesas temáticas

14:00-17:00h Mesas aleatórias (sessão 2)

 

 

*A Comissão organizadora do Encontro Virtual 2020 do Grupo Arthromint sugere que sejam feitas doações para as Instituições abaixo listadas**: 

Rio Grande do Sul - Doações para o laboratório de testes de coronavírus do ICBS, Instituto de Ciências Básicas da Saúde da UFRGS - http://www.ufrgs.br/icbs/ 

Rio de Janeiro - Doações para o Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia da UFRJ -http://www.fujb.ufrj.br/covid-19-campanha-de-doacoes/ 

São Paulo - Doações para o programa USP Vida, pesquisas de ações diagnósticas para a covid-19, da USP - https://www5.usp.br/uspvida/  

**Valores indicados:  R$ 10,00 alunos de IC; R$ 20,00 alunos de pós-graduação; R$ 50,00 pesquisadores

 

O grupo de trabalho que está organizando a 2a. ediçao do Encontro Virtual 2020 do Grupo Arthromint é formado pelos pesquisadores (as) Andrea Fogaça, Itabajara Vaz-Jr, Anderson Sá-Nunes, Jayme de Souza-Neto, Daniela Castro e Emerson de Avelar (secretário). 

 

O 1a. edição do Encontro Virtual 2020 do Grupo Arthromint aconteceu no dia 29 de maio de 2020. Leia a matéria sobre o evento: 

http://www.inctem.bioqmed.ufrj.br/index.php/pt/destaques/noticias/3027-grupo-arthromint-promove-encontro-virtual-em-2020

 

 

Por conta da pandemia da Covid-19 e a necessidade do cancelamento de eventos científicos presenciais no Brasil e o no mundo, o Grupo Arthromint decidiu se reinventar. O Encontro - que desde a sua primeira edição, em 1997, acontece ininterruptamente reunindo as mais diversas áreas de pesquisa de artrópodes (em sua maioria insetos e aracnídeos) e helmintos (parasitas ou de vida livre) – aderiu ao “novo normal” para realizar a sua edição 2020.

Com o adiamento do nosso XXIV Encontro Anual para 2021, surgiu a ideia de aproveitarmos o momento de isolamento social e termos uma edição mais curta e totalmente online” - observou a professora Andrea Fogaça (USP), que ao lado do professor Itabajara Vaz-Jr (UFRGS), coordenou a organização do Encontro Virtual do Grupo Arthromint, realizado no dia 29 de maio.

 

Da concepção da ideia até a organização do evento virtual foram apenas 42 dias. Na programação, duas palestras internacionais, na parte da manhã, e as tradicionais mesas aleatórias de apresentação de trabalhos, no período da tarde. Por ser a primeira vez no formato online, a Comissão Organizadora optou por realizar o evento em um único dia. 

Na abertura do evento, que foi transmitido ao vivo pelo canal do youtube do Arthromint, o professor Itabajara Vaz-Jr comentou a decisão de fazer o Encontro Virtual do Grupo em época de pandemia: “Organizamos um micro-Arthromint, com a programação condensada em um dia, para mostrar que a Universidade continua ativa, principalmente a pós-graduação. A intenção foi de marcar que, mesmo em uma situação adversa, estamos presentes online, fazendo ciência”. 

 

Evento online bateu recorde de participantes 

Apesar de ter precisado abdicar do cenário paradisíaco da Ilha Grande-RJ e do calor humano das conexões interpessoais, típicas de um evento presencial, o Encontro Virtual teve o aspecto bastante positivo de democratizar o acesso ao evento de pesquisadores que moram distantes do Estado do Rio de Janeiro. Na versão online, o evento bateu recorde de inscrições consolidadas, totalizando mais de 180.  Durante a transmissão ao vivo das palestras, chegou a ter um pico de 210 participantes simultâneos, que tiveram a possibilidade de interagir através do chat e fazer perguntas aos palestrantes.

A programação do Encontro Virtual contou com palestras de dois pesquisadores associados ao National Institutes of Heath/ National Institutes of Allergy and Infectious Diseases (NIH, NIAID).  O Dr. Jesus Valenzuela, do Laboratory of Malaria & Vector Research (MD, EUA), ministrou a palestra intitulada “Immune responses to vector bites: from basic research to clinical studies”. Em sua apresentação, focou nos estudos sobre componentes importantes da saliva de flebotomíneos para o estabelecimento da infecção por Leishmania no hospedeiro vertebrado. 

A Leishmania é um gênero de protozoários transmitidos por flebotomíneos que causam um grupo de doenças parasitárias denominadas Leishmanioses. Trabalhos pioneiros demonstraram que: (i) a saliva de flebotomíneos é essencial para o estabelecimento da infecção do hospedeiro vertebrado por leishmanias e; (ii) o desafio prévio com a saliva desses insetos diminui a severidade da doença. Os trabalhos do Dr. Jesus visam identificar os componentes da saliva de flebotomíneos envolvidos com essas propriedades e têm uma grande relevância para a comunidade científica,  tendo em vista que Leishmaniose é uma doença negligenciada, que carece de um arsenal terapêutico,  com menos efeitos colaterais.

A segunda palestra do Encontro Virtual foi a do pesquisador brasileiro Dr. Lucas Tirloni, que trabalha hoje no Rocky Mountain Laboratories, (NIH, NIAID) em Montana, nos EUA. Antes de iniciar a sua palestra, intitulada “Tick saliva: role in blood feeding and pathogen transmission”, fez questão de comentar que estava bastante feliz, já que essa era a sua primeira vez em um Encontro do Grupo Arthromint, pois, diversos fatores impediram sua participação, quando estudante, no evento.

O Dr. Lucas iniciou sua apresentação ressaltando que, nos EUA, os carrapatos têm uma relevância para saúde humana ainda maior que no Brasil, pois atuam como vetores de diversos patógenos para o homem, tais como Borrelia burgdorferi (agente etióligico da doença de Lyme), Anaplasma phagocytophilum (agente etiológico da anaplasmaose granulocícita humana, Babesia microti, (babesiose), além de Rickettsia rickettsii (agente etiológico da febre maculosa das Montanhas Rochosas) - sendo essa última a principal zoonose transmitida por carrapatos no Brasil. Os carrapatos são artrópodes ectoparasitas que se alimentam obrigatoriamente do sangue de animais vertebrados e, assim, são responsáveis pela transmissão de diversos patógenos, tanto para o homem quanto para outros animais.

Através de análises proteômicas e transcriptômicas de diferentes espécies de carrapatos, associados a estudos funcionais, o Dr. Lucas vem elucidando o papel de componentes da saliva de carrapatos sobre o sistema imune do hospedeiro vertebrado e sobre a alimentação sanguínea. Esses estudos podem levar ao desenvolvimento de vacinas e evitar doenças transmitidas por carrapatos.

 

Após as palestras, as tradicionais mesas aleatórias

Evento teve 24 mesas virtuais de apresentação de trabalhosEvento teve 24 mesas virtuais de apresentação de trabalhosAs tradicionais mesas aleatórias de apresentação de trabalhos do Grupo Arthromint aconteceram na parte da tarde. No total, 24 mesas aleatórias ocorreram de forma concomitante, cada uma delas composta por 1 ou 2 pesquisadores ou docentes, 1 pós-doc e 4 a 6 estudantes de Graduação (Iniciação Científica) ou Pós-graduação (Mestrado ou Doutorado)

Como é de praxe nos eventos Arthromint, os pesquisadores e docentes tiveram o papel de moderadores, estimulando a discussão entre os membros da mesa enquanto um deles apresentava os dados de seu projeto de pesquisa. Neste ano, o moderador teve ainda que escolher uma plataforma digital (Google Meets, WebConf, Zoom etc) e convidar os membros da sua mesa para a reunião virtual. 

“Os relatos da experiência recebidos de alguns participantes, até o momento, foram todos muito positivos, o que demonstra que novas reuniões virtuais poderão ocorrer, em caso de necessidade” - observou a professora Andrea Fogaça (USP). Todos que participaram do Encontro Virtual 2020 do Grupo Arthromint receberam certificados.

Assim como em edições anteriores presenciais, o evento contou com apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular (INCT-EM) para sua realização. Neste ano atípico, assolado pela pandemia da Covid-19, o Grupo Arthromint decidiu fazer um evento “solidário”, com inscrições gratuitas, sugerindo que os participantes fizessem doações para grupos de pesquisa da UFRGS, USP e UFRJ, que estão na linha de frente do combate à Covid-19.

O grupo de trabalho que organizou o Encontro Virtual 2020 do Grupo Arthromint é formado pelos pesquisadores: Andrea Fogaça (USP), Itabajara Vaz-Jr (UFRGS), Anderson Sá-Nunes (USP), Carlos Winter (USP), Jayme de Souza-Neto (UNESP), Ademir Martins (FIOCRUZ) e Emerson de Avelar (secretário).

Por Lucia Beatriz Torres (jornalista de ciência), com a colaboração de Andrea Fogaça e revisão de Itabajara Vaz-Jr

 

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