Uma vaga de pós-doutorado na área de arboviroses está aberta na Universidade da Flórida, nos EUA. A vaga é para pesquisar a transmissão de denças infecciosas pelo mosquito Aedes aegypti, a partir de um ensaio clínico randomizado de intervenção com uso de Wolbachia no Brasil. A vaga será pelo período de um ano, com a possibilidade de extensão. O pós-doutorado será realizado no grupo de Dinâmicas de Doenças Infecciosas da Universidade da Flórida e prevê viagens para Belo Horizonte.
O pós-doutorando(a) irá assistir na concepção, condução e análise dos dados de pesquisa sobre os fatores de risco espaciais de infeção por arboviroses e o impacto de uma intervenção randomizada (introgressão de Wolbachia em Aedes aegypti). Este ensaio clínico randomizado, que já está sendo realizado em Belo Horizonte, é uma colaboração entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e as universidades de Emory, Flórida e Yale, nos Estados Unidos. O projeto conta com o financiamento do Departamento de Microbiologia e Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, NIH (EUA).
O pós-doutorado será realizado na Universidade da Flórida com a supervisão do Dr. Derek Cummings, professor na Faculdade de Biologia e o Instituto de Patógenos Emergentes na Universidade da Flórida, e Dr. Albert Ko, chefe do Departamento de Epidemiologia de Doenças Microbianas na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Yale. O pós-doutorando(a) colaborará com parceiros no Brasil, incluindo o Dr. Mauro Teixeira na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O candidato selecionado irá liderar o desenvolvimento, condução e análises de um estudo de uso do tempo para medir a exposição dos indivíduos participantes às intervenções randomizadas e espacialmente direcionadas; e irá examinar a eficácia da ingressão de Wolbachia nas variáveis de desfecho do estudo, como infecção por arboviroses medida através de vigilância ativa e presença na escola. O candidato também participará em todos os aspetos do desenvolvimento e execução da pesquisa, trabalhará em estreita colaboração com os profissionais de campo para implementar o protocolo, analisará os dados empíricos e construirá modelos do impacto do movimento na infeção com arboviroses.
Principais qualificações e capacidades desejadas:
· Doutorado em uma dos seguintes áreas: epidemiologia, matemática, estatística, imunologia, física, ciência da computação, biologia da população, ou outra disciplina similar com foco quantitativo.
· Experiência na concepção de estudos de pesquisa.
· Interesse na área de epidemiologia de doenças infecciosas.
· Capacidade de compilar e analisar dados e interpretar e apresentar resultados de qualidade usando diversas técnicas de pesquisa e análises.
· Experiência em apresentar resultados de pesquisa para audiências não-especializadas.
· Capacidade para trabalhar de forma independente, mas também como parte de uma grande equipe interdisciplinar.
· Fluência em inglês é essencial e será avaliada durante as entrevistas.
Os candidatos interessados devem mandar o currículo, uma carta de introdução e contatos de 3 referências para Ryan Borg: ryan.borg@yale.edu
Pesquisadores associados ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular (INCT-EM) publicaram, recentemente, uma importante revisão sobre o sistema imune dos carrapato, na revista Frontiers in Immunology. O estudo, desenvolvido em parceria com pesquisadores dos Estados Unidos e República Tcheca, realiza uma revisão sobre o sistema imune de carrapatos, na qual é apresentado o que se sabe, comparando com outros modelos de artrópodes.
O artigo intitulado “Tick Immune System: What Is Known, the Interconnections, the Gaps, and the Challenges”, publicado no dia 02 de março de 2021, aponta também as lacunas e os desafios de se trabalhar com esse tema e modelo. O estudo foi capitaneado pelas pesquisadoras brasileiras Dra. Andrea Cristina Fogaça e Dra. Sirlei Daffre do Departamento de Parasitologia da Universidade de São Paulo (USP).
Review Article
Andréa C. Fogaça, Géssica Sousa, Daniel B. Pavanelo, Eliane Esteves, Larissa A. Martins, Veronika Urbanová, Petr Kopáček and Sirlei Daffre. “Tick Immune System: What Is Known, the Interconnections, the Gaps, and the Challenges”. Front. Immunol., 02 March 2021 | https://doi.org/10.3389/fimmu.2021.628054
Estudo sobre o carrapato-de-boi desenvolvido por pesquisadores associados ao INCT-EM, baseados nas Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Rio Grande do Sul (UFRGS), em colaboraçāo com pesquisadores da Universidade de Hokkaido do Japão, é destaque na imprensa nacional.
Na entrevista concedida, em 18 de fevereiro de 2021, ao programa de rádio Brasil Rural, o pesquisador Carlos Logullo, professor do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Mais (IBqM | UFRJ), forneceu detalhes sobre o estudo nipo-brasileiro que enfoca três aspectos principais : a saliva, a digestão e o desenvolvimento do carrapato.
O programa Brasil Rural, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), aborda questões de agricultura e pecuária, com foco na produção brasileira. As temáticas de suas reportagens englobam assuntos atuais que ajudam o agricultor a conseguir melhores resultados no campo. Na entrevista de quase 30 minutos fornecida ao programa, o pesquisador do INCT-EM falou sobre a babesia ou a chamada tristeza bovina, doença transmitida ao gado pela saliva do Rhipicephalus microplus (carrapato-de-boi). Segundo Carlos Logullo, um bovino infestado pelo carrapato pode ter uma redução de peso de até 40% do seu peso.
Para o pesquisador estudos de fôlego como este, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e com Universidade de Hokkaido do Japão, são extremamente relevantes pois desenvolvem vários aspectos relacionados ao estudo da fisiologia, imunologia e bioquímica dos carrapatos. "Entender o inimigo é fundamental para o combate", reforçou o professor da UFRJ, que ressaltou aos ouvientes do programa, que os cientistas estudam os carrapatos para buscar o controle. "De maneira alguma queremos eliminar nenhuma especie, isso seria uma completa tragedia!".
Ouça no link abaixo a entrevista do Prof. Carlos Logullo (UFRJ) concedida ao programa Brasil Rural e conheça mais detalhes sobre a pesquisa:
Referência do artigo originado pela pesquisa
Sajiki, Y., Konnai, S., Ikenaka, Y. et al. Tick saliva-induced programmed death-1 and PD-ligand 1 and its related host immunosuppression. Sci Rep 11, 1063 (2021). https://doi.org/10.1038/s41598-020-80251-y
Saiba mais sobre a divulgação da pesquisa, no Brasil e no mundo
Press release publicado pela Hokkaido University, em 28 de janeiro de 2021
https://www.global.hokudai.ac.jp/blog/deeper-insight-into-how-tick-spit-suppresses-cattle-immunity/
Press release publicado pela UFRGS, em 28 de janeiro de 2021
Press release publicado pela UFRJ, em 28 de janeiro de 2021
https://conexao.ufrj.br/2021/01/28/parceria-nipo-brasileira-estuda-como-carrapatos-afetam-bovinos/
Press release publicado pelo INCT-EM, em 28 de janeiro de 2021
As inscrições estão abertas para o Programa de Formação em Biologia e Ecologia Quantitativas. O prazo para submissão de candidaturas vai do dia 09 de março a 03 de maio, sendo que os primeiros 500 inscritos terão preferência no processo seletivo. O treinamento online irá ocorrer de 05 a 30 de julho. O programa é voltado a pessoas com graduação completa em qualquer área, mas é necessário ter conhecimento prévio de cálculo diferencial e integral e domínio do inglês.
O Programa de Formação em Biologia e Ecologia Quantitativas tem como objetivo preparar futuros pesquisadores de ciências da vida com foco no uso da matemática, física e ciência da computação. O treinamento será realizado através de uma parceria firmada entre o Instituto Serrapilheira e o International Centre for Theoretical Physics – South American Institute for Fundamental Research (ICTP-SAIFR).
Ao todo serão selecionados 50 participantes que aprenderão sobre métodos quantitativos para resolver questões da vanguarda da biologia e ecologia. O objetivo é aproveitar o potencial do Brasil - o país que abriga a maior biodiversidade do planeta - para criar, em longo prazo, uma geração de jovens cientistas altamente qualificados para lidar com seus desafios.
Um grupo inédito de professores que são referências globais em suas áreas de pesquisa e com os quais os alunos poderão interagir diretamente estarão reunidos no Programa. A lista inclui nomes como o neurocientista da Universidade de Tel Aviv (Israel) Oded Rechavi, um dos maiores especialistas em epigenética, e a matemática Corina Tarnita (Universidade de Princeton/ EUA), que desenvolve modelagens matemáticas para entender sistemas biológicos. Acesse aqui a lista completa de professores e tópicos ensinados.
Para mais informações sobre o programa, o edital e o link para a inscrição acesse: https://www.ictp-saifr.org/qbioprogram/
Se tiver dúvidas envie um email para: qbioprogram@ictp-saifr.org
Seja tutor do Programa e receba até R$4 mil
Esta é a primeira iniciativa do Serrapilheira voltada a pesquisadores em estágio de carreira pré-doutorado. Além de assistirem às aulas, os alunos trabalharão em grupos em um projeto de pesquisa supervisionado por um tutor em pós-doutorado Se você já concluiu o doutorado pode se candidatar para ser tutor do Programa. Os tutores receberão uma remuneração de R$4.000 (pagamento único) e terão livre acesso a todas as aulas expositivas e sessões de discussão durante o workshop. Ao todo o Programa irá selecionar 10 tutores que acompanharão, durante um mês, os projetos desenvolvidos. .
Os candidatos a tutores devem ter concluído o doutorado em uma área relacionada à biologia/ecologia quantitativa e ter familiaridade com as principais ferramentas quantitativas (estatística, cálculo diferencial e integral). Também é exigido o domínio da língua inglesa. As inscrições para tutores do Programa de Formação em Biologia e Ecologia começaram dia 09 de março e terminam no dia 1º de abril.
Para mais informações sobre a tutoria e inscrições para tutor, acesse: https://www.ictp-saifr.org/qbioprogram/
Por que biologia e ecologia transdisciplinares?
A pesquisa moderna em ciências da vida gera uma quantidade enorme de dados complexos. Hoje é fundamental quebrar fronteiras artificiais limitantes, de modo que um jovem biólogo saiba que ele pode usar uma equação como um matemático ou pensar como um físico para entender sistemas biológicos complexos como um ecossistema tropical.
Ao mesmo tempo, com a explosão de dados em biologia e ecologia, muitos físicos estão migrando para estas áreas para aplicar as ferramentas que aprenderam estudando sistemas complexos.
Para saber mais e se inspirar para participar do processo seletivo para o treinamento, assista às gravações completas dos dois webinars de lançamento do Programa, com o ecólogo Simon Levin e com a imunologista Akiko Iwasaki, referências internacionais em suas áreas. Eles são membros do Comitê Consultivo do Programa de Formação em Biologia e Ecologia Quantitativas e participaram de sua concepção.
Ecologia matemática: 100 anos de progresso e desafios para o próximo século
Webinário Simon Levin (ecólogo)
Link youtube: https://youtu.be/STQpQx2Q_hg
Ciência básica e os problemas do mundo real: a Covid-19
Webinário Akiko Iwasaki ( imunologista)
Link youtube: https://youtu.be/QMCxo1cXaaE
O treinamento e a inovação no campo da entomologia médica são essenciais para mitigar as doenças transmitidas por vetores. No entanto, há uma escassez significativa de entomologistas médicos em todo o mundo, especialmente em países de baixa e média renda, mais afetados por doenças transmitidas por vetores.
Com o objetivo de fortalecer a capacitação dos cientistas no combate às doenças tropicais negligenciadas e outras doenças transmitidas por vetores, o Global Vector Hub (GVH) e o TRD - Special Programme for Research and Training in Tropical Diseases lançaram, recentemente, um diretório gratuito na internet, com o levantamento de mais de uma centena de cursos de treinamento em entomologia médica, disponíveis em todo o mundo.
Um mapeamento dos cursos de entomologia disponíveis, em 2016, revelou que a maioria ocorre nas Américas, sendo que dois terços dos cursos são ministrados em inglês e há pouca ou nenhuma informação sobre esses cursos disponíveis na internet.
Para ajudar a preencher essa lacuna, o TDR apoiou o desenvolvimento de um Atlas Global de Escolaridade de Entomologia Médica (GAMES, sigla em ingles), que lista um total de 126 cursos de entomologia médica oferecidos de forma presencial ou à distância, em 32 países onde a OMS atua, cobrindo sete idiomas.
O TDR é um programa global de colaboração científica que ajuda a facilitar, apoiar e influenciar os esforços para combater as doenças da pobreza. É co-patrocinado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
GAMES - Atlas de Cursos em Entomologia Médica
O Global Atlas of Medical Entomology Schooling (GAMES) é um diretório de cursos de treinamento em entomologia médica que é hospedado pelo Global Vector Hub (GVH), uma plataforma online de acesso aberto que compartilha conhecimento e informações sobre controle e pesquisa de vetores.
O diretório foi desenvolvido em colaboração com o GVH e ARCTEC da London School of Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM). O Departamento de Controle de Doenças Tropicais Negligenciadas da OMS e o Programa Global da OMS para a Malária também revisaram o diretório e forneceram recomendações de cursos.
Para acessar o diretório, acesse o link e cadastre-se no GVH: https://globalvectorhub.lshtm.ac.uk/courses
Para colaborar com a atualização da plataforma e sugerir cursos de Entomologia médica que possam ser adicionados ao diretório entre em contato com a GVH através do email: globalvectorhub@lshtm.ac.uk
Fonte: https://www.who.int/tdr/news/2020/new-resource-for-building-medical-entomology-capacity/en/