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Fotos: Comissão organizadoraFotos: Comissão organizadoraAcalorados debates científicos sobre artrópodes e helmintos emoldurados por sol e mar. Esse foi o retrato da 23ª edição do Arthromint que aconteceu entre os dias 31 de julho e 03 de agosto, em Ilha Grande, no Rio de Janeiro. Participaram do evento cerca de 130 pesquisadores, entre professores, estudantes de graduação, pós-graduação e pós-doc, de 18 universidades  e institutos de pesquisa dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Amazonas, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, e integrantes de duas universidades internacionais.

O evento é conhecido por sua metodologia de apresentação de trabalhos científicos que favorece a interação entre estudantes e pesquisadores. Ao longo dos três dias de encontro, os alunos e alunas com trabalhos inscritos fizeram apresentações de 30 minutos, em três mesas compostas por participantes de forma aleatória. “Nós encorajamos muito que os estudantes tragam não só os resultados e trabalhos bem sucedidos, mas também compartilhem as dificuldades que tiveram durante o seu estudo, para que a discussão possa enriquecer e ajudar efetivamente a conclusão das pesquisas”, afirma Ana Bahia, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e integrante da comissão organizadora do evento, ao lado das pesquisadoras Marcia Paes e Natália Nogueira, do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). 

A diversidade de subáreas temáticas é outro ponto de destaque do evento, que reuniu pesquisadores especialistas em diferentes áreas da biologia como:  fisiologia, genética, evolução, ecologia, biologia molecular, bioquímica, controle, sistemática, epidemiologia, interação parasito/hospedeiro, comportamento e imunologia. “A interação de pesquisadores de diferentes áreas enriquece o debate dos trabalhos dos alunos e suscita reflexões mais amplas, menos enquadradas nas áreas de conhecimento tradicionais, ampliam o olhar”, afirma Ana Bahia.

Além das mesas de debates sobre os trabalhos inscritos, o Arthromint 2019 contou com uma reunião de integrantes do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular (INCT-EM), com duas palestras (“Evolution, systematics and biogeography of the triatominae, vectors of Chagas Disease” – Dr. Fernando Abad ranch e “Chromatin structure changes are essential for development and evolution of the human parasite Schistosoma mansoni” – Dr. Christoph Grunau), e com a exibição do documentário “Conhecendo os mosquistos Aedes - transmissores de arbovírus”, apresentadas por Genilton Vieira, do Serviço de Produção e Tratamento de Imagem da Fiocruz. Além disso, contou também com oito mesas temáticas, que reuniram os participantes para discutir temas específicos como vacinas, miniaturização dos organismos modelo, controle de vetores e resistência a inseticidas, métodos de isolamento e propagação de agentes parasitários em cultivos de células de carrapatos, transcriptômica de organismos não-modelos, proteômica como abordagem para a identificação, quantificação e caracterização de proteínas e as bases moleculares do sistema de edição genômica CRISPR/Cas9 para o desenvolvimento de artrópodes e controle de populações de insetos vetores. Mesas que aconteceram na sala de refeições da pousada, no gramado do jardim, e até…. na areia da praia. 

“Os debates ajudaram muito no meu projeto, eu tenho interesse em aplicar as ideias e pesquisar mais sobre elas, foi bastante enriquecedor”, afirmou Ingrid Oliveira Garrido, aluna de iniciação científica da UFRJ. “Como o ambiente é informal você sente menos pressão e dificuldade em falar com as pessoas, que são mais solícitas, você sente a aproximação. Nas apresentações dos trabalhos nas mesas aleatórias, eu caí em uma mesa com dois professores e outros quatro alunos, e rendeu uma boa troca ouvir a opinião de pessoas que trabalham mais ou menos na mesma área, mas com modelos ou perguntas diferentes. É difícil não aproveitar pelo menos um dos conselhos que você vai receber!”, opina o aluno Leonan Azevedo dos Reis, mestrando em química biológica, também da UFRJ. Sem contar as festas de confraternização ao fim de cada dia de evento, organizadas por um comitê de alunos e alunas, que variou de festa julina a festa temática dos anos 80. 

E a próxima edição do Arthromint já tem data marcada: vai acontecer entre os dias 29 de julho a 01 de agosto de 2020, no mesmo local, e terá como comitê organizador pesquisadores de Minas Gerais. Agora é guardar na agenda, caprichar nos experimentos, organizar os resultados e... torcer por sol.

Por Rosa Maria Mattos - jornalista e assessora de comunicação do INCT-EM 

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