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A edição do mês de abril do periódico The CRISPR Journal traz na capa o título 'Editing the kissing bug' (Editando o Barbeiro), em referência ao artigo do grupo de pesquisa coordenado pela professora Helena Araújo, do Laboratório de Biologia Molecular do Desenvolvimento (LBMD) do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ. Em entrevista à jornalista Paula Guatimosim, a pesquisadora conta detalhes do seu trabalho pioneiro na utilização de Crispr para modificar o genoma de um barbeiro transmissor da Doença de Chagas. A reportagem foi publicada no Boletim Faperj desta semana ( 24 a 30 de abril de 2024).

 

 

 

Estudo inédito usa tecnologia Crispr para ‘editar’ transmissor da Doença de Chagas

Considerada uma doença negligenciada, mas que ainda afeta de seis a sete milhões de pessoas ao ano em todo o mundo, a Doença de Chagas é lembrada todo dia 14 de abril, instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2019 como Dia Mundial da Doença de Chagas. O objetivo é aumentar a conscientização sobre a doença, dar visibilidade e atenção à enfermidade e aumentar a cobertura diagnóstica, o índice de detecção precoce e o acesso igualitário ao tratamento. Prevalente nas Américas do Sul e Central, a doença está avançando cada vez mais para outros países e continentes.

No Programa de Biologia Celular e do Desenvolvimento do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ICB/UFRJ) a doutora em Biofísica Helena Araujo estuda diversos tipos de insetos, entre eles o Rhodnius prolixus, uma das cerca de 100 espécies de barbeiro vetor do protozoário Tripanosoma cruzi, causador da Doença de Chagas. Na grande maioria das vezes, a transmissão vetorial ocorre pelo contato das fezes do inseto com a pele da pessoa, enquanto ele pica e se alimenta do sangue. No entanto, de uns anos para cá a transmissão oral aumentou, pela contaminação do açaí pelas fezes do barbeiro, que é atraído pelo fruto da palmeira. “Existe tecnologia disponível para contornar essa contaminação, mas nem todos os beneficiadores da polpa de açaí têm acesso a ela”, explica Helena, que faz parte do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular (INCT-EM).

Segundo a pesquisadora, o controle mais usual do barbeiro é por meio de inseticidas, uma alternativa que ao longo dos anos foi levando o inseto a desenvolver resistência. O controle biológico por modificação do genoma do inseto, que vem sendo testado com bons resultados para mosquitos, ainda não está disponível para o barbeiro. Por isso, o INCT-EM vem se dedicando ao estudo de novas ferramentas que possam modificar o barbeiro. Tais ferramentas são necessárias para que se possa produzir insetos incapazes de carregar os parasitas causadores da doença.

O estudo, que tem como primeiro autor Leonardo Lima, aluno de Doutorado, e Mateus Berni, que concluiu seu Pós-Doutorado, ambos bolsistas da FAPERJ supervisionados por Helena Araujo no ICB, também contou com a colaboração de dois grupos de pesquisa americanos, um chefiado por Ethan Bier, do Tata Institute for Genetics and Society, Universidade da Califórnia, em San Diego, que desenvolve tecnologias de Genética Ativa baseadas em Crispr, e outro com Jason Rasgon, do Center for Infectious Disease Dynamics, da Universidade Estadual da Pennsylvania, que desenvolveu a metodologia ReMOT para “delivery” dos elementos Crispr aos ovários de insetos.

Com precisão cirúrgica, a tecnologia Crispr permite cortar uma parte específica do DNA, o que pode resultar na incapacidade da célula produzir determinada proteína. Os cromossomos, formados por uma longa sequência de DNA, podem ser “cortados” pela proteína Cas9, por meio da técnica Crispr. Com a ajuda do RNA guia, que busca no genoma um DNA complementar, esse corte é direcionado para um local específico no DNA. Helena e sua equipe foram pioneiros na utilização de Crispr para modificar o genoma de um barbeiro transmissor da Doença de Chagas, utilizando o Rhodnius prolixus como modelo de estudo. 

“Para testarmos nossa metodologia, escolhemos como alvo genes responsáveis pela coloração dos olhos ou cutícula dos insetos. Assumimos que cortes no DNA correspondente a estes genes levariam a uma perda na função de suas proteínas e assim gerariam uma mudança de cor. Baseamos nossa hipótese em estudo anterior onde mostramos que ao diminuir a expressão destes genes observávamos mudanças na coloração dos insetos. Nossa previsão foi confirmada quando observamos que olhos pretos tornaram-se brancos ou vermelhos e a cutícula também teve coloração alterada para o amarelo como resultado da edição gênica por Crispr”, explica Helena. O sequenciamento do DNA por Sequenciamento de Nova Geração (NGS) confirmou as mutações específicas nos genes alvo. A pesquisadora, que conta com apoio da FAPERJ por meio do programa Cientista do Nosso Estado, explica que o próximo passo do estudo é buscar colaborações com diferentes grupos de pesquisa que estudam a interação do parasita causador da Doença de Chagas no intestino do barbeiro, a fim identificar potenciais genes alvo para Crispr, de forma que o inseto se torne imune ao Tripanosoma cruzi.

A publicação científica especializada The CRISPR Journal é a única totalmente dedicada à tecnologia Crispr. Seu editor chefe, Rodolphe Barangou, é um dos pioneiros nos estudos sobre o mecanismo Crispr em bactérias, depois transformado em ferramenta para edição gênica pela microbiologista e imunologista francesa Emmanuele Carpentier e pela bioquímica norte-americana Jennifer Dounda, ganhadora do prêmio Nobel de Química em 2020 e integrante do corpo editorial da revista. A capa da edição de abril foi ilustrado por arte de Daniel Bressan, Pós-Doutorando do Laboratório de Biologia Molecular do Desenvolvimento (LBMD), coordenado por Helena.

 

Acesse o artigo completo em: https://www.liebertpub.com/toc/crispr/7/2.

 

Fonte: Boletim Faperj. Semana de 25 a 30 de abril de 2024. Ano XX. Nº 947. Disponível em: https://www.faperj.br/?id=534.7.7

Com o objetivo de expandir a formação de profissionais qualificados para o exercício de atividades de pesquisa e desenvolvimento de produtos técnicos nas áreas de ‘Vigilância de Vetores’ e ‘Controle/Manejo Integrado de Vetores’, como moluscos, carrapatos e outros insetos, o Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Vigilância e Controle de Vetores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) iniciará uma turma do curso de mestrado profissional no estado de Minas Gerais

Chamado de Mestrado Interinstitucional (Minter), a ação é coordenada pela Pós de Vetores em cooperação com o Instituto René Rachou/ Fiocruz Minas. A iniciativa é viabilizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), por meio do programa "Projetos de Cooperação entre Instituições para Qualificação de Profissionais de Nível Superior (PCI)" da pasta. 

A coordenadora do programa de Vigilância e Controle de Vetores do IOC, Daniele Castro, explica que a motivação de levar o mestrado para Minas é oriunda da grande demanda que a unidade da Fiocruz no estado recebe para formação de profissionais na área, principalmente via Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS/MG). 

"A Fiocruz Minas possui docentes com grande experiência em vigilância e controle de vetores. Além disso, alguns pesquisadores de lá já fazem parte do quadro de docentes do nosso programa. Essa colaboração além de fortalecer a formação de profissionais vai fortalecer projetos de pesquisa de colaboração entre as instituições, com o propósito de desenvolver produtos técnicos aplicados aos serviços de saúde na área”, frisou a coordenadora, que é pesquisadora associada ao INCT de Entomologia Molecular.

Criado em 2017, o Programa do IOC/ Fiocruz já nasceu grande: foi conceituado pela Capes com conceito 3, nunca escala que vai de 1 e 5. Após a primeira avaliação da entidade passou para a nota 4. E apenas sete anos após a criação, tem aprovado seu primeiro Minter, o que demonstra reconhecimento da qualidade do curso e dos profissionais envolvidos. 

Público-alvo

O mestrado é direcionado a pessoas com nível superior completo e que atuam profissionalmente em Minas Gerais, em especial, no serviço público de saúde, na área de vigilância e controle de vetores. 

Inscrições

Serão oferecidas até 10 vagas e as inscrições podem ser realizadas até 29 de abril, por meio do Sistema Integrado de Ensino da Fiocruz.

O início das aulas está previsto para agosto desse ano. Serão ofertadas oito disciplinas obrigatórias, sendo seis remotas e duas presenciais, com aulas na sede da Fundação no estado mineiro. O curso terá duração de 24 meses.

Confira a chamada de seleçãohttps://pgvcv.ioc.fiocruz.br/processo-seletivo

 

Fonte: Comunicação / Instituto Oswaldo Cruz

O Instituto Serrapilheira lançou duas novas chamadas públicas de apoio a pesquisadores. Uma delas é voltada a cientistas com vínculo permanente em instituições de ensino e pesquisa e com projetos nas áreas de ciências naturais, matemática e ciência da computação. A outra é destinada a cientistas negros e indígenas que não tenham esse vínculo e que pretendam fazer o pós-doutorado na área de ecologia. . As inscrições vão de 4 de janeiro a 25 de janeiro de 2024.   

Ao todo, serão selecionados até 42 pesquisadores nos dois editais, que ocorrem em parceria com FAPs (fundações de amparo à pesquisa) de diferentes estados e com o Confap (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa). O investimento será de no mínimo R$ 21 milhões, entre pagamento de bolsas e financiamento de pesquisas. O valor total, que deve crescer, dependerá da quantidade de recursos que cada FAP disponibilizará – o que, por sua vez, só será definido depois que a seleção dos candidatos estiver concluída e os estados dos escolhidos forem conhecidos.

 

7ª chamada pública de apoio à ciência

O edital é voltado a cientistas em início de carreira com projetos de pesquisa originais, ousados e arriscados nas áreas de ciências naturais (ciências da vida, física, geociências e química), matemática e ciência da computação. Serão selecionados entre 10 e 30 projetos que busquem responder a uma grande pergunta fundamental. Os aprovados receberão entre R$ 200 mil a R$ 700 mil cada, distribuídos ao longo de cinco anos. Eles também terão acesso a recursos extras para investir na formação e inclusão de pessoas de grupos sub-representados em suas equipes, o chamado bônus da diversidade.

Podem participar cientistas que tenham doutorado concluído e vínculo com instituições de ensino superior e pesquisa como professores e pesquisadores. Esse vínculo deve ter sido firmado pela primeira vez entre 1º de janeiro de 2018 e 31 de dezembro de 2023 – o prazo aumenta em dois anos para mulheres com filhos.

Acesse o link para saber mais sobre o Edital: https://serrapilheira.org/ano/chamada-publica-no-7-2023-ciencia/

 

2ª chamada de apoio a pós-docs negros e indígenas em ecologia

No segundo edital exclusivo para cientistas negros e indígenas, o foco são pesquisadores que tenham projetos na área de ecologia e que almejam obter, a médio prazo, uma posição formal como professor ou pesquisador. Podem participar pesquisadores que tenham concluído o doutorado entre 1º de janeiro de 2013 e 30 de junho de 2024, prazo que também se estende em até dois anos no caso de mulheres com filhos. Os interessados não devem ter vínculo formal com nenhuma instituição de ciência e tecnologia no momento da assinatura do contrato.

Serão selecionados até 12 candidatos. Os aprovados vão fazer pós-doutorado em grupos de pesquisa nos quais não tenham se formado nem atuado antes, nos estados das FAPs parceiras do edital: Mato Grosso do Sul (Fundect), Pará (Fapespa) e Rio de Janeiro (Faperj). Além de bolsa mensal de R$ 8 mil, os selecionados vão receber entre R$ 550 mil e R$ 800 mil para o financiamento da pesquisa durante três anos, renováveis por mais dois anos.

Acesse o link para saber mais sobre o Edital:https://serrapilheira.org/ano/chamada-conjunta-de-apoio-a-pos-docs-negros-e-indigenas-em-ecologia-no-2-2023/

 

Prazo de inscrição:  4 de janeiro a 25 de janeiro de 2024.

Boa sorte! 

 

 

A Fundação Oswaldo Cruz lançou recentemente três editais do Concurso Fiocruz 2023. São oferecidas 300 vagas de nível superior, igualmente distribuídas para os cargos de Tecnologista em Saúde Pública, Analista de Gestão em Saúde e Pesquisador em Saúde Pública. Há vagas em todas as unidades da Fundação, no Rio de Janeiro e demais estados. É a primeira vez, depois de sete anos, que a Fiocruz volta a contratar profissionais pela via do concurso público. O período de inscrições vai de 22 de janeiro a 05 de março de 2024. As primeiras provas serão realizadas no fim de abril. As inscrições devem ser feitas pelo site do concurso.

Todas as informações sobre o processo seletivo, distribuição das vagas por perfil e cidades, atribuições dos cargos, pré-requisitos e conteúdo programático para concorrer estão disponíveis nos editais publicados no Diário Oficial da União e podem ser acessados na página Concurso Público Fiocruz 2023. A página tem informações institucionais, sobre os concursos anteriores e sobre os salários dos cargos disponíveis. Também estão acessíveis um guia de perguntas e respostas, além de informações sobre os canais de relacionamento para dúvidas. Para saber mais acesse: Concurso Fiocruz 2023/24: perguntas e respostas.

O concurso incluiu mecanismos voltados para os processos de inclusão e medidas de acessibilidade, tanto das pessoas negras quanto das pessoas com deficiência: o edital garante 20% do total de vagas para pessoas negras, mediante procedimento de heteroidentificação, complementar à autodeclaração. Outros 5% do total são reservados para pessoas com deficiência (PcD) que se enquadrarem na legislação pertinente. Estes candidatos terão asseguradas condições adequadas para fazer as provas e devem, se forem classificados nas provas objetivas e discursivas, passar por avaliação biopsicossocial. A Fiocruz realiza este concurso com apoio da Fiotec.

Acesse os editais retificados: 

Edital para o cargo de Analista de Gestão em Saúde;

Edital para cargo de Tecnologista em Saúde Pública

Edital para cargo de Pesquisador em Saúde Pública;

 

O período de inscrições vai de 22 de janeiro a 05 de março de 2024.

Boa sorte!

Até o dia 22/11 estão abertas as inscrições para concurso publico para provimento de cargo de Professor do Depto de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia (Disciplina de Biologia Celular), da Escola Paulista de Medicina (EPM) da Universidade Federal de Sao Paulo (UNIFESP), na subárea preferencial de Micologia Médica (micologia molecular). Baixe aqui o edital do concurso.
 
A vaga de Professor(a) Adjunto(a) A, Nível I  é de Dedicação exclusiva  e prevê R$ 10.481,64 de remuneração, incluindo titulação e R$ 658,00 de auxílio alimentação.  Podem se inscrever  Graduado(a) na(s) área(s) de Ciências Biológicas ou Ciências da Saúde ou Ciências Exatas com doutorado na(s) área(s) de Ciências ou Ciências da Saúde ou Ciências Biológicas. 
 
As inscrições ocorrerão, exclusivamente, via internet, através do site www.unifesp.br.O prazo para inscrição é até o dia 22 de novembro de 2023. O valor da taxa  é de R$ 262,04. Para efetivar a inscrição é necessário encaminhar entre os dias 04/12 a 14/12/2023  a seguinte documentação:
 

1- Documento de identificação com foto, válido em todo o território nacional;
2- Curriculum Lattes (plataforma Lattes do CNPq ou equivalente para estrangeiros);
3- Memorial Descritivo e Circunstanciado de atividades de ensino, pesquisa e extensão, com a indicação das atividades realizadas que sejam relacionadas ao cargo do concurso                                                                                                                                                                                                                                                                            

4- Projeto de pesquisa,                                                                                                                                                                                                                                           5- Documentação Comprobatória do Memorial Descritivo e Circunstanciado de atividades de ensino, pesquisa e extensão e demais dados que possam ser úteis à avaliação da banca examinadora.

O concurso, provavelmente, será realizado entre os meses de março a maio de 2024, data a ser confirmada por meio de publicação no site: concursos.unifesp.br, devendo ser acompanhado pelo(a) candidato(a).

 

 

 

 

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