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metanymphmetanymph12 de abril de 2019, por Rosa Maria Mattos

Uma vacina que tem potencial de atuar no controle de não apenas uma espécie de carrapato - mas nas cinco principais espécies que infestam bovinos em diferentes países. Esse é o produto que um grupo de pesquisadores do Centro de Biotecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul acaba de pedir registro de patente.

A vacina é composta por um coquetel de proteínas - Glutationa S-transferases - de duas espécies de carrapatos : o Rhipicephalus appendiculatus, Rhipicephalus decoloratus, Rhipicephalus microplus, Amblyomma variegatum, e o Haemaphysalis longicornis.

Os pesquisadores produziram as Glutationa S-transferase recombinantes, que foram usadas em  ensaios experimentais de vacinação. Os resultados mostraram que os coelhos vacinados tiveram redução de 35% do número de carrapatos fêmea da espécie Rhipicephalus sanguineus.

A pesquisa resultou, além do pedido de patente, em um artigo recém-publicado na revista Vaccine assinado por Itabajara Vaz, Gabriela Alves, Charles Ndawula e Luís Fernando Parizi, da UFRGS, integrantes do Instituto Nacional de Entomologia Molecular.

Infestações por carrapato causam perda de peso dos animais, diminuem a produção de leite e prejudicam o couro. Além disso, esses parasitas são vetores dos agentes causadores de doenças como a babesiose e anaplasmose, que podem levar os animais infectados à morte e levando a perdas econômicas na bovinocultura mundial. Atualmente, o método mais comum para evitar as infestações de carrapatos bovinos no Brasil é o uso de acaricidas químicos, mas que possuem alto custo e geram resíduos químicos na carne e leite produzidos.

Só existe uma vacina contra carrapatos sendo comercializada no mundo, produzida por Cuba. No Brasil, algumas vacinas experimentais contra carrapatos vêm sendo desenvolvidas por grupos de pesquisa - mas nenhuma delas está à venda para produtores de animais.

Estimativas sugerem que o custo de uma vacina seria menor do que a dos métodos atuais de controle de infestações. Para dar prosseguimento ao desenvolvimento comercial da vacina, os pesquisadores pretendem testá-la em fazendas de bovinos, e buscam parceria com indústrias.

 

 

 

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